Nos últimos tempos parece que todos os caminhos vão dar a Évora. Não é de propósito, mas a verdade é que ainda recentemente lá estive, revisitei a cidade e, claro, perdi-me nas maravilhosas paisagens alentejanas desta zona.
Por isso, quando me lançaram o desafio de ir num passeio de amigos até ao "Monte Selvagem", nem sequer olhei para o mapa para saber por onde íamos andar. Aceitei o convite com um prazer especial, já que ía ser guiado sem me preocupar com as direções e percurso. Para mim, as duas palavras "Monte Selvagem" foram o suficiente para dizer "vou!".
As indicações do programa foram simples e eram nove horas da manhã quando me encontrei com o resto dos viajantes no local combinado. Aos poucos juntou-se um grupo de ilustres turistas, prontos para um dia cheio de quilometros a percorrer. E não tardou que arrancássemos em caravana por ali fora, diretos a Vila Franca de Xira onde iríamos passar para a outra margem do Tejo pela bonita ponte "Marechal Carmona".
Seguimos por ali calmamente, a disfrutar da temperatura amena e da simpática Nacional 10 (N10), seguindo depois pela N118 e, finalmente, à nossa primeira paragem, com o sugestivo nome Aldeia do Peixe, na Barrosa.
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A Aldeia do Peixe fica nos limites da freguesia próxima de Foros de Salvaterra, no Ribatejo. É uma pequena aldeia nas margens rio Sorraia, que surgiu da necessidade dos pescadores avieiros, que viviam apenas da pesca e da exploração do rio. São meia dúzia de pequenas casas nas margens do rio, servidas de um pequeno cais, ou rampa, para colocar os barcos no rio. Na água cristalina, um miúdo mergulhava e nadava, e mais acima, uma pequena cascata criava o som ambiente. Excelente!
Meia hora depois seguimos o nosso caminho, desta feita na direção a Coruche, Almeirim, e uns quilometros à frente, encontramos a maravilhosa Barragem de Magos, em Salvaterra de Magos. É aqui, na esplanada em madeira, que nos refrescamos do calor que começa a fazer-se sentir. Estamos a no Ribatejo, e a temperatura começa a subir ao ritmo das horas que vão passando.
As águas calmas e cristalinas da barragem, envolvidas por uma paisagem arborizada e tranquila, é um local muito aprazível para passeios a pé, pesca e outras actividades de lazer e para a prática de desportos náuticos.
Após um cafézinho retemperador e uma água fresca, está na hora de partirmos em direção ao local onde iremos almoçar. Mesmo ali ao lado seguimos por Coruche à beira-rio, atravessando novamente o Rio pela sua ponte de ferro vermelho.
Estamos a chegar ao Lavre, local onde iremos almoçar. O restaurante chama-se "O Fardo", e está situado no alto de um monte, rodeado por uma paisagem magnifica. O próprio local está muito bem decorado, servido de um espaço com esplanada com varandim, onde podemos apreciar a maravilhosa paisagem circundante.
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O Lavre é uma pequena freguesia rural do concelho de Montemor-o-Novo, com uma paisagem montanhosa e muito verde, e que serviu de inspiração a José Saramago, que nasceu na vizinha Azinhaga. Costuma-se dizer que é em Lavre que a busca insatisfeita da palavra se cruza com o mais profundo da identidade alentejana.
O almoço foi ao nível da zona onde estamos. Muito bom! Rodeados por aquela paisagem , numa mesa cheia de boa gente e com o ar condicionado a dar uma frescura revigorante, deixamo-nos estar calmamente a apreciar a gastronimia e ouvir alguma histórias do própro dono do restaurante. Mas chega a hora de arrancarmos, e assim fazemos seguindo para o "Monte Selvagem", objectivo final do nosso passeio.
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O "Monte Selvagem" é um género de Jardim Zoológico, bem inserido no interior alentejano entre o Lavre e Ciborro, a cerca de 50km de Évora. É um parque natural, num montado típico ribatejano de sobreiros e azinheiras, e tem várias espécies de plantas, animais selvagens e domésticos, para vermos.
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O espaço é muito agradável, servido de várias infraestrturas como um café, casa de banho, loja, e parque infantil. Tudo bem inserido na temática do parque, que é a vida animal, selvagem, com visitas guiadas e um quintinha, onde podemos interagir com os animais domésticos.
Foto: Mário Louro
Foto: Mário Louro
Foto: Mário Louro
Foto: Mário Louro
Existe um percurso no espaço circundante, na zona onde se encontram os animais de grande porte, que é feito numa espécie de comboio puxado por um trator, em que o condutor serve simultâneamente de guia. Este pequeno passeio de 20 minutos é interessante de se fazer, e está incluído no preço do bilhete.
E pronto. Finalizado este passeio, ainda seguimos até ao Fluviário de Mora para um refresco e despedidas. Daqui, arranquei em direção a casa numa tirada, chegando às 18h30. Foram cerca de 340 quilometros feitos num domingo, onde mais uma vez conheci belos locais do meu país, alguns a revizitar quando surgir oportunidade!
Boas curvas!
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vitor cordeiro (Tuesday, 07 August 2012 23:56)
boas companheiro... espetacular cronica como de costume...
só um aparte em nome de nós Ribatejanos...(Aldeia do Peixe, na Barrosa, Azinhaga, Foros de Salvaterra,Barragem de Magos, Salvaterra de Magos, Benavente, Coruche e Almeirim) são todas terras orgulhosamente Ribatejanas...a extrema é mesmo entre Coruche e Lavre
Ps:Muitos e bons Km e que continue "ao mais nivel" cmps.
vitor cordeiro (Tuesday, 07 August 2012 23:59)
ups... queira dizer
Ps:Muitos e bons Km e que continue "ao mais alto nivel"
PTex (Wednesday, 08 August 2012 01:46)
Caro Vitor, muito obrigado pela correção! De facto, Alentejo é a sul do Tejo, e Ribatejo "arriba" do Tejo. Fica o seu importante apontamento, e vou corrigir a minha gafe! Obrigado pela participação! Bons quilometros, melhores curvas!
Flavio Sequeira (Wednesday, 08 August 2012 10:40)
Caro viajante, não fazia ideia da existencia deste monte selvagem, muito menos de uma terra chamada Lavre! Fiquei com uma curiosidade imensa de ir conhecer esta parte do nosso Portugal. Passei a ser "cliente" deste magnifico blog, Obrigado. FS
BacanoR (Monday, 27 August 2012 11:39)
Muito bom, tambem não conhecia isto, apenas o badoka parque. Nem sabia que havia este outro no alentejo. Aqui esta´um bom programa para um domingo destes. Obrigado por mais esta!